leia o pré-post

Esse texto foi escrito a algum tempo e só foi publicado hoje por motivos pessoais.. se você é um indivíduo beta sem senso crítico, não leia, pois não vai entender nada do que está escrito aqui. Se você é um indivíduo alfa e detesta clichês, não leia também, pois não trago nenhuma novidade. Se você é o tipo de pessoa que acredita no inferno, não continue lendo, pois esse texto é subversivo e tem pacto com o demônio. Mas se você, como eu, pensa demais e está puto com a vida que levamos, leia e discuta, grite, chingue, brigue comigo, mas por favor, me tire do tédio e acrescente, some, multiplique meus argumentos a favor da revolução! MUAHAHAH

Hoje pedi pro computador abrir a internet, mas ele não abriu. Fiquei pensando em como é engraçado que nós, as inteligências superiores, somos realmente controlados por máquinas. Tenho medo do amanhã. Fico pensando no ser humano, que tenta controlar as coisas que obviamente nao podem ser controladas. Nós vivemos para o nada, para a satisfação de valores cada vez mais esquisitos e superficiais. Eu digo que as pessoas seriam mais felizes com menos dinheiro ou sem essa idéia nítida de algo nos controlando, comandando nossas mentes, esvaziando nossos cérebros do verdadeiro propósito de suas existencias, que não o mesquinho, o ínfimo. Tô cansada de ter que ser diferente, de ter que me adequar ou desadequar ao resto do mundo para encontrar meu próprio eu. Talvez ele nem exista, talvez ele apenas seja um bicho enjaulado a espreita, buscando uma maneira de se libertar desse mundo de roupas, marcas, celebridades e moral hipócrita. Eu gostaria que todas as pessoas pudessem ser felizes como eu, apenas olhando pro lado e vendo a única pessoa do mundo que realmente valhe a pena ver em horas como essas, e sei lá, o fato é que vamos pensar bem, e eu poderia dar meio milhão de razões para justificar isso, mas a gente vive no éden do Anticristo (me refiro ao Lars Von Trier), e sei muito bem que todos vocêss entendem o que quero dizer.

Foda-se, o computador me desencoraja. Se voce é (ou quer ser) alguém, você tem um twitter legal, um orkut legal e coisas do gênero, e se vc é um pária social, você tem tudo isso também, só que com menos acessos. O ponto é: quem se importa? isso é excludente, entende? Qual é o sentido de viver sem somar ou multiplicar? As pessoas estão mais interessadas em TER do que em SER, em MOSTRAR do que ESTAR, eu tô tão cansada dessa eterna insatisfação e cobrança que o mundo globalizado tem em relaçãoo a si mesmo. Temos que nos mostrar sempre tão cools, diferentes, acadêmicos. Ninguem tá interessado em discutir Oscar Wilde comigo. Nunca conheci uma pessoa que cursasse direito ou administração, que soubesse falar com conhecimento de caso a respeito de Edgar Allan Poe ou Érico Veríssimo, mas quando eu digo que curso moda em universidade particular, o mundo me encara com a cara mais condescendente possível. Entenderam o contra-senso?

E que merda é essa de educaçao superior afinal? Se é tao bom assim, porque é praticamente uma imposição? Não me entendam mal, não sou contra o conhecimento ou o estudo, muito ao contrário, mas curso superior é uma bobagem, assim como carros importados, celulares moderníssimos ou roupas de marca. Eu não quero consumir status, não quero consumir algo que me defina. Como um tipo de porcelana vai definir o que sou como pessoa? E pior ainda, religião. A religião é o ópio do mundo desde que o homem é homem, e se vc é do tipo de pessoa que acredita que vai queimar no inferno, nao continue lendo, porque eu vou contar uma coisa: o bem e o mal estão dentro de você, e não tem diabo que te force a matar alguém se você não quiser, assim como nunca vai existir Deus suficiente pra impedir as pessoas de fazer o mal. A maldade está dentro de nós, a diferenca é que algumas pessoas não conseguem admitir a única verdade que impera nesse mundinho de merda: não existe controle. a vida é pequena, curta, leve, sutil, instável, fugidia, fugaz, rápida demais, e enquanto a gente perde tempo pensando em comprar isso ou aquilo, ela passa.

Não sei se sou contra a civilização, mas acho que se eu parasse pra pensar um pouco, seria. Vida em sociedade, da maneira q vivemos, é insana. Vivemos extremamente limitados em cúbiculos, chamados casas, quando existe um mundo inteiro lá fora, mundo este dividido em linhas imaginárias de raça, status social e delimitações mais palpáveis, como fronteiras. no meio desse mundo todo, estamos nós, nunca no comando da situação, sempre controlados por governantes, pais, amigos, uma sociedade inteira de gente hipócrita, mal comida e frustrada. Não tenho vontade de pensar no meu tamanho perante ao mundo, tenho consciência de que sou extremamente pequena, mas ainda assim tenho um cérebro e ele me diz que a essa altura do campeonato lutar é impossível, e preciso aceitar que os erros de gravação talvez sejam o que realmente faz a vida valer a pena.

Niguem nasce gênio ou serial killer, as pessoas nascem todas iguais, peladas e livres e é assim que deveríamos permanecer o resto da vida, livres e entregues a vida, vivendo como se o amanha não existisse. Mas ja que vivemos em sociedade, vamos aproveitar o lado positivo disso: viagem HAHAHAHAHAHA no sentido conhecer novos lugares, quebrar esse paradigma de se estabelecer em um local, criar raízes e apodrecer la mesmo. Porque com certeza é isso que acontece ou que vai acontecer, porque morrer e apodrecer dá no mesmo. Eu sempre gostei de mudanças e se nao dá pra mudar de mundo, com certeza vou mudar de país. Viver no mesmo lugar é sem graça, conviver com o mesmo tipo de gente, criar uma rotina estressante, inefável, cômoda porém densa, pesada. Não sei quanto a vocês, mas eu preciso respirar novos ares sempre, senão sou engolida pela minha propria ignorância e fico achando que o mundo gira em torno do meu umbigo. Quem se importa com ele, afinal? Os pássaros cantam e isso é a vida, esse eterno abandono e eu nem sei quantas vezes já repeti isso, mas é complicado explicar como me sinto.. imaginem só, 19 anos de vida e tanta indisposiçao, tanta vergonha, tanto pudor, tanta desesperança.. e o pior é imaignar que daqui a 30 anos eu posso estar igual as pessoas das quais hoje eu rio, gente pequena, cuja principal preocupação é se vai fazer um jantar em estilo americano ou francês. eu digo: foda-se o buffet, as pessoas vão sair falando mal do mesmo jeito, sendo buffet americano ou japonês, porque o ser humano pensa demais, mas pensa muita besteira. E os poucos seres pensantes que conheço também se limitaram ao ponto de conseguirem se definir e se separar (olha a ironia) em grupos minúsculos. Isso é triste, porque não conheco muitos seres pensantes. Conheco seres engraçados, seres fofos, seres leais, mas os pensantes são realmente poucos, e todos eles, inevitavelmente, separados do resto do mundo pela cortina de fumaça da incoerência.

Eu ja fui menos idiota, ja tive menos medo de errar, de dar a cara a tapa. mas o mundo, infelizmente, nos torna experientes e extremamente massantes. E é claro que nao vou mudar o mundo com palavras, assim como o ghandi, não importa o que digam, não ganhou guerra nenhuma sem armas. Eu odeio o Bob Marley, mas não consigo parar de pensar numa frase dele "emancipate yourself from menthal slavery. none but ourselves can free our minds". Eu sei isso totalmente decorado porque meu namorado tem uma bandeira com esses dizeres e apesar de eu odiar raggae, penso que a escravidão mental é a pior coisa que existe. Quem precisa de grilhões quando tem um cérebro limitado? Esse é o grande desafio da nossa geraçao: pensar por si mesmo. a pessoa que pensar por si própria e tiver um pouquinho de poder de persuasão poderá dominar o mundo, porque duvido que na história inteira da humanidade tenham existido tantos babacas coexistindo no mesmo espaço de tempo. Sério, onde estao os Einstens, Sófocles, Sócrates, Newtons, Wildes, Shakespeares, Veríssimos, Byrons, Dumas, da nossa geração? Eles não existem, e esses que citei estão revirando no túmulo de tanta vergonha. Onde fomos parar? Viramos escravos da nossa própria subserviência, vivemos num ciclo vicioso de besteiras sociais, só pra ganhar um salário ridículo no fim do mês e sonhar com roupas desfiladas por garotas anoréxicas de 17 anos, que só poderão ser compradas, ironicamente, por divorciadas de 50, cheias de botox, lipoaspirações e contas nas Ilhas Caymã. Porque poucas pessoas que eu conheço tem 5 mil reais para pagar por uma bolsa ou 150 mil por um carro, mas todas, isso mesmo, TODAS, sonham com isso. E por quê? Poque o ser humano é um eterno insatisfeito, que não consegue dar valor ao que realmente importa. E sei que tudo isso é um clichê absurdo, mais quanto mais eu penso, mais eu me conveço de que eu estudo a coisa mais fútil do mundo e que o mundo inteiro é tao futil quanto eu, já que a indústria de moda só perde para a indústria de entretenimento e guerra, hoje em dia.. Ai, eu tenho medo do amanhã. Oito mil quatrossentos e 30 caracteres, seu computadorzinho de merda que nem abre internet.

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j

Você já sentiu vontade de ferir alguém? Já desejou vender a alma em troca de poder para realizar as maiores atrocidades em nome do seu ego? Orgulho ferido mata? E ciúme? Eu gostaria de ter certas respostas, mas enquanto o monstro sofre dentro de mim, não consigo raciocinar e ser prática. É 8 ou 80, matar ou morrer, é transar ou sair de cima.,parafraseando o cazuza .Não aguento esperar e não tenho coragem de ir em frente. Será que dá pra morrer de vontade de matar?

Amor verdadeiro é uma coisa que não me desce. Como funciona a abnegação? Onde termina o amor e começa a posse? E existe posse sem amor, até mesmo sem paixão? Até que ponto o ser humano chega pra defender o que considera seu território? E porque é mais fácil perdoar o orgulho de alguém quando ele não fere o seu próprio? E como curar a tempestividade das paixões, transformá-las em algo verdadeiro, que valha a pena ser vivido? E porque é tão difícil escolher entre céu e inferno, porque vendemos nossa alma por tão pouco e aceitamos viver pra sempre no limbo? Até na minha cabeça isso s0a dramático demais, mas lágrimas e chuva não são muito diferentes para mim nesse momento, se é que estou me fazendo entender.

A juventude é uma porcaria mesmo. Se tudo isso que sentimos é realmente hormonal, resultado de reações químicas, como nenhum médico nunca me receitou um remédio para controlar essa ebulição que acontece dentro de mim todo santo dia, sempre que sou contrariada? Como deve ser bom poder ser livre, viver sem precisar prestar contas à sociedade, família, amigos, sem precisar explicar cada passo ou palavra dita. Me sinto numa selva de loucos, presa dentro da minha cabeça e dessa realidade tão surreal que é o dia a dia, o ônus de pertencer à civilização "civilizada", me desculpe a prolixidade. Assisti dois filmes extremamente chocantes hoje, e um deles, O Último Rei da Escócia, me fez pensar no que difere a nossa civilização da Uganda e no que me difere do Idi Amin, e isso se aplica a qualquer um de nós. E o que nos difere, a propósito, é NADA. Tudo é apenas coincidência e o universo é uma caixa de pandora cruel e divertida, que distribui aleatoriamente as felicidades e infortúnios.

E agora, agora só consigo pensar na minha cama macia e quentinha, no meu Memnoch e nos litros de chá que ainda vou beber ao longo da madrugada. Boa noite.

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alienígenas, heróis e sapatos

Tem gente que escreve por puro talento, por ter o que dizer aos outros, pra acrescentar ao mundo. Eu não sou assim. Escrevo pra aplacar a raiva, expulsar o tédio, redecorar a vida, racionalizar as mágoas e recriar o dia a dia. É mais uma opção de vida pra quem se frustra constantemente com o cotidiano.

Hoje tive vontade de escrever porque me sinto sufocada por ilusões, por objetivos não-alcançados, pela força de vontade inexistente na minha personalidade. Todo ser humano é assim, eu suponho. Quando eu era pequena, mas bem pequena mesmo, eu tinha uma teoria: achava que nós éramos novela pros alienígenas. Até hoje acho que isso faz um certo sentido, afinal, as nossas vidas são tão pequenas e mesquinhas, cometemos tantos erros estúpidos e invariavelmente, acabamos rindo de nós mesmos no fim de tudo. Duvido que seres superiores sejam assim. Talvez eles nos acompanhem assim como acompanhamos "Caminho das Índias", e sofram por nós, torçam, e riam muito da nossa infinita ignorância (com a vantagem de verem a graça muuuito antes).

Esse semestre teremos projeto de calçados e já até pensei em alguns temas. Imaginem calçados inspirados no Ney Matogrosso ou no Raul Seixas? Dá pra pirar mesmo, colocar mensagens subliminares sobre ácido, ecstasy, maconha, além de criar um shape totalmente diferenciado em solados e saltos. Nada óbvio e superficial, tudo super estudado, detalhadérrimo e sem qualquer tipo de apologia ao uso de drogas.

E nessas horas eu lembro do Cazuza. Os heróis dele morreram de overdose, os meus, de AIDS, e isso dá uma péssima dimensão pra análises futuras. Onde vai parar uma pessoa cujos heróis morreram de AIDS? A gente, inevitavelmente, acaba seguindo pelo mesmo caminho de quem admiramos. Por isso tenho certeza de que somos da geração do abandono, da falta de diretrizes, da inversão de prioridades. Nossos ídolos seguiram por um caminho completamente louco e despropositado, mas pelo menos mudaram o mundo, criaram uma nova maneira de pensar, reordenaram a antiga ordem. E nós, onde vamos parar? Somos a cópia, da cópia, da cópia de quem gostaríamos de ser. E se isso não deprime, não sei o que de fato o faz.

É triste parar pra pensar na política, no caos contemporâneo, na incapacidade do ser humano de aprender com erros passados. E acho que foi por isso que escolhi o Design, pra tentar trazer um pouco de beleza pra esse mundo imundo (isso me lembra o Cadu).

É isso aí então. Guilherme Zaiden dos blogs! (HAHAAHAH!)

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Culpas e Anne Rice

Acho que sou uma pessoa muito culpada, porque a carapuça SEMPRE me serve. Sinto culpa por pensamentos ruins, por coisas que não fiz, me constranjo até pelos outros. Devo ter algum problema sério ou talvez meu único erro foi ter nascido na época errada. Eu deveria ser barroca, cheia de antíteses e dualidades, tipo amor e pecado, prazer e auto-flagelação, Deus e Diabo. Eu vivo na corda bamba da minha própria culpa.

A maior delas acho que é não ser uma boa menina. Sempre tentei chegar o mais perto possível da santidade e sempre falhei em cada aspecto, por menor que tenha sido. Nunca interpretei bem o papel de tímida e recatada. Não consigo ter aquela aura de inocência, aquele quê de fragilidade, aquela aparência de menina de família. E sinceramente, nem sei porque isso me atrai tanto, mas o fato é que eu sou completamente diferente do que gostaria de ser. Tenho mais vícios do que virtudes, cometi mais pecados do que boas ações, mas até que ponto eu devo me condenar, se sempre fui feliz? Aí cheguei a conclusão de que a graça está na busca, no caminho que a gente trilha até chegar onde pretende. Tô muito longe do topo, mas a vida nunca foi tão divertida. E talvez aí resida todo encanto de viver.

Ui, filosofia do meio dia é uma coisa que ninguém merece, mas tenho certeza de que ninguém preocupado com tempo lê esse blog. Eu tenho alma de artista, apesar de não ser uma, e artista é assim mesmo, não consegue manter uma boa relação com prazos, portas e janelas, a gente sempre fica no pórtico, no limiar entre o pensar e o fazer. Alma de artista! Viajei agora, mas enfim. Às vezes realmente acho que sou talentosa e tal, mas sempre desisto na primeira crítica. Não consigo lidar bem com críticas, devo ser muito orgulhosa mesmo. Mas é que fico apavorada em não ser aceita, apesar de saber que se nem Deus é completamente aceito, quem sou eu pra obter êxito em unanimidade? Ainda assim, sofro pela rejeição que ainda nem aconteceu. Eu sei que eu deveria me tratar, e ao invés disso, fico lendo Anne Rice. Bem coisa de gente masoquista mesmo.

Falando nisso, comprei livros essa semana e preciso dizer: como as coisas são caras aqui em Santa Catarina! Sério, comprei dois livros em Caxias do Sul e paguei um pouquinho mais do que eu pagaria em apenas um deles aqui. Sei que não tem justificativa a falta de cultura, mas com Anne Rice a preços exorbitantes, dá até pra entender quem lê pocket book do Paulo Coelho. Tá, não vou começar a falar mal dele porque gosto é que nem vergonha na cara, tem gente que não tem.

Então é isso, vou almoçar, ler e tricotar (no fundo, sou uma menina prendada) hehe
Beijo pra t0do mundo e bom retorno de aulas (se é que isso pode ser bom, depois de apenas duas semanas de férias).

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merda de paixão incrível

Eu tinha esquecido completamente o que era a paixão, mas agora ela voltou com fúria, arrasando e atrasando a minha vida, me deixando insone e fazendo eu me sentir mais viva do que nunca. Paixão é, sem dúvida, meu sentimento preferido. O amor me cansa um pouco, torna as pessoas escravas da felicidade alheia, e eu não tenho vocação pra servir ninguém além de mim mesma. A paixão, ao contrário, enlouquece, promove um tipo de auto-satisfação que me vicia. E agora me sinto movida pelo desejo, pela vontade, pela ânsia de transformar a fantasia em realidade e saciar o que nunca é suficiente.
Eu amo sentir. Mais do que poder, fazer, realizar e acreditar, o sentir mexe com o que há de mais profundo dentro da gente, e pra quem é avesso ao tédio como eu, o sentir é o único jeito de se machucar sem sentir dor, de morrer de felicidade e continuar vivendo. E agora estou SENTINDO paixão. Mais do que nunca. Estou sentindo dor, saudade, culpa, medo, necessidade, e estou feliz.
Ele é o tipo de homem que me deixa com frio na barriga ao dizer um simples "oi", e me faz olhar para o celular incessantemente, esperando uma manifestação. E quando isso acontece, meu coração dispara e muito tempo passa até que eu consiga recuperar a calma. Ele é o tipo de homem que não precisa se esforçar pra ser sedutor. Diz as coisas certas no momento certo. Suscita mil dúvidas e as dissipa com meia palavra. Me perde todos os dias e depois reconquista, porque sabe ser exatamente do jeito que eu quero. E eu nem comecei a falar de como ele é lindo...
Eu assumo, estou perdidamente apaixonada. Não penso duas vezes, simplesmente sinto, estou aberta pra todas as dores e alegrias que possam vir junto com ele, porque não me dôo pela metade, assim como não gosto de receber menos do que tudo. E o tempo continua estático, as horas não passam quando ele não está perto, e voam quando está. Me pergunto o tempo inteiro se estou conseguindo quebrar a pedra que ele tem no lugar de coração, divido meu rosto em duas partes quando sinto ciúmes e finjo que nada está acontecendo. Controlo meus monstros para não machucá-lo e faço de tudo para impressioná-lo. Me sinto num filme de suspense, sempre nervosa e tensa. Quero gritar e ao mesmo tempo, sinto que o meu corpo é a única coisa que me prende ao chão, pois meu espírito poderia voar de tanta felicidade, poderia aquecer essa cidade gelada e curar todas as pessoas da gripe suína. Não sei se é engraçado ou trágico, não sei se rio ou choro, só sei que se eu morresse agora, morreria completa. A grande maioria das pessoas passa pela vida sem sentir isso, por medo ou comodismo, e eu me permiti sentir completamente, sem me importar com final feliz ou beijo de boa noite.
Então só me resta sentir gratidão e esperar que dure eternamente enquanto durar haha
E apaixonem-se! Ainda não inventaram doença que não possa ser curada por sentimentos verdadeiros.

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fatalismo

Hoje aconteceu o que eu temia: tudo o que não dependia de mim deu errado. A máxima de mil anos continua valendo: Se quiser algo bem feito, faça VOCÊ mesmo. Até porque se der errado, você tem apenas você mesmo pra culpar, e não o resto do mundo.

Tô cansada de conversar, sabe, ou de tentar conversar. A cada dia que passa me sinto mais burra, porque não tenho com quem conversar e assim, vou esquecendo de tudo o que eu sei. Ontem tentei falar sobre as paranóias do Van Gogh, os movimentos de vanguarda do século XX e até mesmo sobre os barracos entre o Carlos Miele e a galera do SPFW. Não tive feedback. Cheguei a péssima conclusão de que toda forma de conhecimento que possuo é inútil, e que preciso me adaptar melhor à minha idade. Vou deixar a cultura pra quando eu tiver 50. Até lá é impossível eu não encontrar um ou dois cristãos que já tenham lido Érico Veríssimo ou Dostoiévski.

Nessas horas de decepção eu tenho vontade de vagar, de atravessar a rua e ver o mar, de me perder em cada canto da memória e revisar todo o passado que meu inconsciente fez questão de esquecer. E quem sabe assim eu consiga compreender melhor alguns eventos passados e superar coisas que não consigo perdoar por completo. Porque é humanamente impossível esquecer, mesmo depois do perdão. Sempre fica um resquício de mágoa, um pouquinho de orgulho ferido, e são eles os piores venenos, o suicídio que a gente comete em pequenas doses diárias ao remoer um passado que não ficou pra trás de verdade.

É que eu não tenho o talento pra esquecer. Pra mentir eu até tenho, enganar também é comigo, mas esquecer é complicado. Porque vai contra a nossa própria criação: o ser humano não é criado pra viver, e sim pra rever o passado continuamente, over and over again. Porque que 70% de tudo o que se cria no mundo é releitura, e não novidade? Porque somos indivíduos beta com a preparação mínima pra aceitar o novo. Uma corzinha diferente a gente aceita, uma estampinha mais trabalhada também... agora achar bonito homem de saia? Ninguém acha. E é natural, assim como no século XIX uma mulher usar calça era uma coisa completamente descabida.

E eu já mudei de assunto de novo, né? É que preciso desabafar, e sinceramente, não aguento mais meus amigos imaginários. Converso tanto com eles que esse blog serve pra dar uma folguinha e melhorar o humor dos pobrezinhos.

Agora, se meu nervosismo permitir, vou dar uma dormidinha. E depois começa a batalha de vestuário.. MEU DESFILE É 5ª FEIRA, TÔ APAVORADA! E SE EU FOR UMA NEGAÇÃO?!

Não importa. Vou dormir pra aliviar os ânimos e relaxar as tensões. E horas de sono, pra uma pessoa de 19 anos, nunca são suficientes.

Então é isso. Não sei me despedir, então acho que um tchau cumpre bem a função fática.. TCHAU! hihi

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farsa ambulante

Preciso confessar: sou uma farsa. Estou na faculdade errada, na cidade errada, vivendo no tempo errado. Ando lendo os livros errados, ouvindo as músicas erradas e frequentando os lugares errados. Sabe, não consigo mais escrever. Antigamente eu fazia isso com uma facilidade sobrenatural, e agora me arrasto pelos cantos da casa, criando personagens maravilhosos para um roteiro que não vai sair da cabeça. Simples assim.

Por que eu não tento consertar as coisas então? Porque sou covarde. Não tenho paciência pra me desviar para onde quero. Sou o tipo de espírito incontrolável, daqueles que vive somente para as horas vagas e que transforma toda rotina em caos. Não tenho o mínimo de medo do agora, o que me apavora é o amanhã. E o amanhã sempre se mostra ainda mais digno de pena do que o hoje. Se eu fosse sincera comigo mesma, assumiria que sou arrogante e massante. Julgo as pessoas a todo momento e consigo encontrar defeito até em gente santa. Talvez meu único encanto seja o que mais intimida, a minha capacidade de escarnecer de qualquer coisa, tudo é motivo pra despertar a minha paixão violenta pelo diálogo baixo, aquele que "faria corar até um estivador de porto", parafraseando Rochester.

Sou a filha de tempos loucos. Todos nós somos. Mas tem gente que possui aquela retidão de caráter que freia os impulsos destrutivos. Eu não sou assim. Me vicio facilmente em qualquer coisa que amenize a dor. Digo que não acredito no meio termo justamente porque não consigo viver entre o 8 e o 80. Ando na corda bamba todos os dias, procurando um limite que minha mente não encontra. Quero chorar, mas perdi essa capacidade depois de ter chorado tanto por coisas desnecessárias. Mas o que é necessário afinal? Ter um boletim cheio de notas 10? Isso eu já tenho. O que só reforça a minha vontade de provar para os outros que eu sou ótima. Coisa que eu estou longe de ser.

Hoje, mais do que nunca, me sinto um lixo. E é justamente porque minha vida é coroada de êxito. Por que tudo na minha vida sempre dá certo? Eu gostaria que às vezes o mundo não sorrisse pra mim, porque assim eu teria motivos para me depreciar, pra xingar o cosmo e não dar valor para nada. Porque eu não consigo valorizar tudo de bom que eu tenho. E ter demais, no meu caso, talvez seja uma maldição.

Falando assim, talvez eu pareça uma menina mimada, a "pobra menina rica", coisa que não sou. É só que.. eu sempre imaginei que o mundo fosse mais do que isso, e agora que estou realmente vivendo, vejo que a maioria das pessoas não vive, apenas existe, vegeta, cria raízes num local e nunca alça vôo pra terras longínquas onde a única certeza é a falta dela. Dá pra entender?

Eu quero emoção. Quero poder dar vazão à toda loucura que me atormenta desde que me entendo por gente. Quero conversar com as pessoas invisíveis que ficam sussurrando idéias estranhas na minha mente, que me deixam apavorada e ao mesmo tempo atiçam aquela curiosidade mórbida que toda pessoa sente pelo escuro. Quero ter pelo menos alguma certeza, algum tipo de paixão que só quem dá valor a vida pode ter. Quero escrever pras pessoas, pra causar algum tipo de comoção que a vida real não causa, mesmo que seja do meu jeito exagerado e desajeitado, com mudanças repentinas de assunto e humor. Eu quero a genialidade. Quero que as pessoas gostem de mim mesmo me conhecendo de verdade. Como todo ser humano, eu sempre quero demais.

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